segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

18 Aldeia distante






Oh! minha aldeia distante,
Que recordo num instante,
Saudade da minha infância,
Morada e eterna querência.

Das uvas e parreirais,
Tempo que não volta mais,
O sabor de cada estação,
Lembrança feliz e emoção.

Dos cerrados e das clareiras,
Também lembro das roseiras,
Do céu azul limpo e profundo,
Lugar mais lindo do mundo.

Os rios e as cascatas,
O perfume doce das matas,
Distância saudade e desejo,
Lugar que há muito não vejo.

Levando cabras ao monte,
O olhar buscando no horizonte,
o sonho de menino alcançar,
Pra longe daquele lugar.

No inverno quando o frio chegava,
A gente ao braseiro ficava,
Ouvindo historias distantes,
De guerreiros heróis e navegantes.

De noite sozinho no leito,
Quando o medo apertava no peito,
Minha mãe baixinho cantava,
E meu pai ao lado ficava.

A suave canção me envolvia,
No encanto da melodia,
Em acalanto o sono chegava,
E o bicho-papão dissipava.

Minha aldeia desejo e quimera,
Da minha infância, quem dera,
Levar-te no peito com emoção,
Para sempre no meu coração.

Candido Coutinho

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