sábado, 8 de outubro de 2016

Uma reflexão sobre a passagem do tempo.



Uma reflexão sobre a passagem do tempo


O espanto de um personagem que vivia longe do lugar onde tinha nascido.
Um dia o personagem resolve reviver o cenário da infância e faz uma descoberta que pode parecer obvia, mas não é.

Os que saem de casa e um dia voltaram estarão sempre condenados em tomar um grande susto.

Descobrem que grandes mudanças acontecem e vão acontecer de qualquer maneira sem que eles precisem estar por perto.

Já  quem nunca saiu do lugar onde nasceu não nota a lenta devastação provocada pela passagem do tempo.

O certo é que o território da infância de cada um de nós um dia se transformará em algo remoto e distante que Gabriel Garcia Márquez chamou de “Paraiso terreno de desolação e nostalgia.”

O lugar onde o menino passou os seus primeiros seis anos da infância foi engolido pelas águas.
Não sobrou quase nada, só restou uma Igreja cercada de água por todos os lados.

Nunca a voracidade do tempo foi tão clara:
A água voraz
O sol voraz
A Saudade voraz

A história da paisagem que a água engoliu aconteceu com o menino.

Mas é a história de cada um e de todos nós, sem exceção, por que cada um de nós tem suas íntimas Catedrais que cedo ou tarde estarão sitiadas pelo tempo.


(Texto: Geneton Moraes Neto. Globonews Documentário “Boa Noite Solidão”.Exibido em 16.01.2016)


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