Uma
reflexão sobre a passagem do tempo
O espanto de um personagem que vivia longe do lugar onde
tinha nascido.
Um dia o personagem resolve reviver o cenário da infância e
faz uma descoberta que pode parecer obvia, mas não é.
Os que saem de casa e um dia voltaram estarão sempre condenados em tomar um grande susto.
Descobrem que grandes mudanças acontecem e vão acontecer de qualquer maneira sem que eles precisem estar por perto.
Já quem nunca saiu do lugar onde nasceu não nota a lenta devastação provocada pela passagem do tempo.
O certo é que o território da infância de cada um de nós um dia se transformará em algo remoto e distante que Gabriel Garcia Márquez chamou de “Paraiso terreno de desolação e nostalgia.”
O lugar onde o menino passou os seus primeiros seis anos da infância foi engolido pelas águas.
Não sobrou quase nada, só restou uma Igreja cercada de água
por todos os lados.
Nunca a voracidade do tempo foi tão clara:
A água voraz
O sol voraz
A Saudade voraz
A história da paisagem que a água engoliu aconteceu com o menino.
Mas é a história de cada um e de todos nós, sem exceção, por que cada um de nós tem suas íntimas Catedrais que cedo ou tarde estarão sitiadas pelo tempo.
(Texto: Geneton Moraes Neto. Globonews Documentário “Boa Noite Solidão”.Exibido em 16.01.2016)
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