sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Viver, amar, e morrer

Foto: Leandro Selister
Em recente viagem a Buenos Aires, visitei todos os lugares recomendados aos turistas, menos um, o Cemitério da Recoleta. 

Este Cemitério é famoso pela arquitetura dos seus túmulos e Mausoléus. 


Eu pensei comigo, o que bonito e belo pode ter um local destes para ser visitado e nos deixar boas lembranças? Que satisfação pode trazer a arte e a beleza num local de morte e que nos lembra a Finitude? 


Lendo a Zero Hora sobre a exposição “Felicidade” do artista Leandro Selister eu percebi que estava enganado. 


A exposição apresenta fotos de portas de Mausoléus do Cemitério da Recoleta que o artista batizou com o título irônico de “Felicidade”. 


Suas “Portas” são imagens e mensagens enigmáticas e metafóricas e mostram através da sensibilidade do artista que a arte é sempre uma manifestação de vida, em qualquer lugar, mesmo num local de morte. 


A arte nos leva a refletir e a nos fazer sentir que estamos vivos. Suas portas, dependendo da nossa sensibilidade, podem ter muitos significados como na poesia:


Porta



Pode estar aberta ou estar fechada,


nos levar a tudo ou levar a nada.


Pode estar trancada ou abrir calada,


nos deixar seguir ou prender por nada.


Pode ser visão ou uma prisão,


nos dar liberdade ou deixar saudade.


Porém como diz o próprio autor: “O que importa na vida são três questões: A certeza da morte, a importância do amor e a certeza de que a felicidade é feita de momentos (e não um estado de espírito)”.

E o artista conseguiu me sensibilizar, embora não tenha visto a exposição, e ao público que a assistiu, aplaudiu e o encheu de satisfação com comentários do tipo: “obrigado por me lembrar de ser feliz”.

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