domingo, 11 de outubro de 2009

Além do Bojador

Mar Português

Ó, mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mãe choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa



A passagem do Cabo Bojador

A primeira passagem pelo cabo deve-se ao navegador português Gil Eanes, em 1434. O desaparecimento de embarcações que anteriormente o tinham tentado contornar levou ao mito da existência de monstros marinhos e da intransponibilidade do Bojador. [1]

O Cabo Bojador era conhecido como Cabo do Medo, ou ainda Cabo Não [1]. Ondas altíssimas e recifes de arestas pontiagudas fervilham àquela região tornando a navegação muito arriscada. A 25 kilómetros da costa do cabo, em alto mar, a profundidade é de apenas 2 metros,

Em maio de 1434, Gil Eanes aparelhou uma barca de 30 toneladas, com um só mastro, uma única vela redonda, parcialmente coberta e também movida a remos. Sua tripulação era de apenas quinze homens [1]. Com ela, ao chegar nas proximidades do Cabo do Medo, decidiu manobrar para oeste afastando-se da costa africana. Após um dia inteiro de navegação longe da costa, deparou com uma baía plácida de ventos amenos, e entào dobrou para sudeste e logo percebeu que havia deixado o Cabo Bojador para trás [2]

A passagem do Cabo Bojador foi um dos marcos mais importantes da navegação portuguesa. Derrubou os velhos mitos medievais e abriu caminho para os grandes descobrimentos.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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