terça-feira, 25 de novembro de 2008

09 ( P) Minha praia


Praia minha a mais bonita,
De areia e espuma rica,
Que enche a alma e excita,
Numa tarde de verão.

Praia da minha aldeia,
Que reflete a lua cheia,
O desejo que margeia,
Nas ondas da rebentação.

Desfrutar de beleza assim,
A praia o horizonte sem fim,
Sonho de querubim,
Felicidade encontrada.

De dia a luz ilumina,
O mar e a areia fina,
Companhia, alegria e sina,
Estação prenunciada.

À tarde o sol se vai,
O véu negro da noite cai,
O calor do verão que sai,
Crepúsculo e anunciação.

Nela tudo tem sentido,
O sol, o mar e o ruído,
Ondas quebrando em sustenido,
Água areia e canção.

Mas nem tudo é percebido,
O mar eterno e comprido,
Aos poucos se sente perdido,
Anuncio e premonição.

À noite escuto o rugido,
Deste ser embravecido,
Que geme e chora sentido,
Talvez mandando um sinal.

O mar é gigante e forte,
Mas o homem de sul a norte,
Impõe-lhe estrago e morte,
Luta inglória e desigual.

Eu temo por minha praia,
De areia e espuma rica,
Da aldeia a mais bonita,
Lindo lugar do meu torrão.

Candido Coutinho

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